1 de out. de 2023

Jovem é morto em Camacã, família busca justiça e acusa PM

 


Três policiais presos durante a “Operação Sem Retorno” nesta sexta-feira (29), são suspeitos, dentre outros crimes, de matar o jovem Carlos Henrique José dos Santos, de 20 anos. O homicídio aconteceu em 29 de junho, na cidade de Camacan, no sul da Bahia.

De acordo com a mãe do jovem, Glecia José dos Santos, depois que o filho foi morto, ela disse que questionou um dos policiais envolvidos na ação, e ele teria dito que o caso ficaria impune.

No dia 29 de junho, Carlos estava a caminho da casa da namorada para um almoço, quando foi abordado pelos PMs. Ele foi baleado e colocado na viatura. Quando Glécia conseguiu encontrar o filho, no hospital Fundação Hospitalar, ele já estava morto.

Na ocasião a PM de Camacan informou que “houve resistência armada” e que uma arma de fogo foi apreendida na ação. Glecia, no entanto, nega que Carlos Henrique estivesse armado. Ela ainda afirma que um dos policiais suspeitos de envolvimento no homicídio já havia ameaçado o jovem, devido a uma tatuagem que ele tinha no peito.

Segundo a mãe, Carlos Henrique não tinha ligação com o tráfico de drogas e a tatuagem não estava associada a nenhuma facção. Ela conta que ele já teve passagem pela polícia por porte ilegal de arma, mas como pena pelo crime, cumpria medida alternativa à prisão, atuando com trabalho comunitário. Ainda segundo Glecia, uma das ameaças que Carlos Henrique teria sofrido por parte do PM aconteceu quatro dias antes do homicídio. Ela quis registrar queixa de ameaça, mas o jovem teve medo do boletim de ocorrência piorar a relação com o PM.

Abordagem e morte

A abordagem que resultou na morte de Carlos Henrique aconteceu na Travessa São Francisco, próximo à casa da namorada do jovem.

Quando ele foi parado pelos PMs, alguns vizinhos chamaram a namorada dele, uma adolescente, que foi com a mãe até a rua e filmou parte da ação. Elas também ligaram para Glecia, que foi de moto ao local, porque tinha medo do filho ser agredido pelo PM.

Quando chegou na Travessa São Francisco, Glecia avistou o carro da corporação saindo em direção a Fundação Hospitalar, a poucos metros do local da abordagem. Ela seguiu de moto por outro caminho, mas ao chegar na unidade de saúde, não encontrou o filho.

Ela decidiu então ir até a delegacia, mas no meio do caminho encontrou uma viatura e a seguiu novamente até o hospital.

Quando os PMs abriram a mala do carro, Carlos Henrique já estava morto com um tiro no peito e outro na região da barriga. Durante a abordagem, as pessoas que estavam Travessa disseram ter ouvido apenas um tiro.

Nesta sexta, dia que os PMs foram presos, a morte de Carlos Henrique completa três meses. Glecia diz lembrar do filho como um jovem amoroso que amava empinar pipa e jogar jogos online.

Com informações do G1 Bahia.

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