Preocupado com a queda nas transferências correntes da União e com a suspensão de operações de crédito determinada pelo Tesouro Nacional, o governo da Bahia ainda precisa lidar com outro problema: a dependência de recursos do governo federal para grandes obras de infraestrutura no estado em um cenário de cortes frente à crise econômica.
"A capacidade para investir com recursos próprios é quase nula. E as operações de crédito estão suspensas, o Tesouro tem 'botado o pé'. Mas estamos conseguindo manter os empreendimentos em andamento" diz o secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório. O caso mais problemático é o da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) - inteiramente financiada pelo governo federal e que deveria ficar pronta em 2015 - cujas obras estão quase paradas ou "em ritmo mais lento, por conta dos cortes no Orçamento", segundo a Valec, estatal responsável pelas obras.
De agosto a dezembro deste ano, estava prevista inicialmente a liberação de R$ 300 milhões, mas o repasse foi reajustado para R$ 190 milhões, segundo os deputados Ivana Bastos (PSD) e Eduardo Salles (PP), integrantes da Comissão da Fiol e do Porto Sul na Assembleia Legislativa da Bahia. Eles estiveram há cerca de um mês em Brasília, para reunião com a Valec e o Ministério dos Transportes. Questionada sobre os números, a Valec afirmou, por meio de sua assessoria, que "não teve tempo hábil para ter acesso aos dados financeiros" até o fechamento desta edição. Atualmente, a previsão para a conclusão da Fiol é fevereiro de 2018, segundo a estatal.