Sigla que tinha Eduardo Campos como líder busca encontrar espaço na oposição e definir campo de atuação no novo mandato de Dilma
Abalado pela morte trágica do seu principal líder, Eduardo Campos, o PSB foi provavelmente o partido que mais sentiu as turbulências da campanha eleitoral de 2014 e é também a legenda cujo futuro é mais difícil prever. Neste momento, como afirma seu presidente nacional Carlos Siqueira, o caminho do PSB é o de uma "oposição de esquerda". "Os eleitores nos colocaram na oposição e assim vamos nos manter", disse o presidente nacional do partido. "Neste primeiro momento, eles não têm muita alternativa a não ser se colocar dessa forma", avalia o cientista político do Insper Carlos Melo. "A retórica tem que ser oposicionista, mas ao longo do ano que vem muita coisa pode acontecer".
Para Melo, desde o momento em que Campos deixou a base de apoio ao governo de Dilma Rousseff (PT), em 2013, esse caminho já se configurava. Com a morte do candidato, o PSB teve de tomar decisões rápidas e acabou sendo levado a apoiar Aécio Neves (PSDB) depois da derrota de Marina Silva no primeiro turno. Isso empurrou o partido ainda mais para o campo oposto do PT, apesar de ter estado próximo do partido de Lula desde 1989.