O jornalista Sandro Ferreira Santos, 28, foi esfaqueado no estacionamento por um guardador de carros depois de ter discutido com uma atendente.
Segundo o companheiro do jornalista, que morava com ele no Engenho Velho de Brotas, o vendedor Jefferson Souza, 29, Sandro comprou duas garrafas de iogurte na quarta-feira e, depois de pagar, percebeu que o valor cobrado, de R$ 5,99, diferia do preço que estava no iogurte, de R$ 1,99. “Ele chegou em casa dizendo que discutiu com a atendente e que ela foi mal educada. Ele se sentiu injustiçado e queria o valor em dinheiro, mas ela só deu um cupom vale-troca”.
Segundo o boletim policial do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o jornalista esteve no supermercado três vezes para reaver o dinheiro. Na sexta-feira, Sandro voltou a discutir com Lucimara e com outra atendente Rosemeire Marta Oliveira. “Ele trocou o cupom por pipoca e biscoito, mas ainda sobrou dinheiro. Pode ser que ela tenha se negado a dar o troco em dinheiro”, disse Jefferson — a nota encontrada no bolso de Sandro mostra que, após a troca, ainda restava R$ 1,19 de troco.
Na confusão, o Samu foi chamado porque Lucimara torceu o pé e Sandro teve um mal-estar devido a uma gastrite nervosa. No meio do atendimento, quando estava sentado em uma cadeira de rodas a caminho da ambulância, o rapaz foi surpreendido com uma facada no lado direito do pescoço. Um funcionário do Bom preço contou ao CORREIO que o assassino era amigo de uma das atendentes e que ficou revoltado com a grosseria do cliente na discussão. Através da assessoria de imprensa, o DHPP informou que policiais estão nas ruas à procura de Coveiro.
Sandro foi enterrado, ontem à tarde, no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco. Ele se formou em Jornalismo em 2008 e cursava pós-graduação em Gestão de Projetos na Unijorge. Segundo familiares, era tranquilo. “Ele não tinha problema com ninguém. Nada justifica isso. Nada justifica essa covardia”, lamentou Maria José. “Ele não era de briga”, contou o tio do jornalista, o motorista Gerson Bispo de Santana, 57. Apesar disso, amigos contaram que ele lutava por seus direitos. “Já presenciei ele discutindo e dizendo que a pessoa perderia o emprego. Essa mulher pode ter dito um desaforo e ele não aceitou”, disse Jefferson.