18 de abr. de 2012

Mais uma fazenda é ocupada pelos índios Pataxós

Na terça o gado foi transferido para outra propriedade em Itabuna

ITAJU DO COLÔNIA - A fazenda Rancho Alegre é a décima segunda propriedade rural ocupada por índios Pataxós Rã-rã-rãe no município baiano de Pau Brasil, no sul da Bahia (a 551 km de Salvador) na série de invasões que ocorrem desde domingo (15) na região.

De acordo com o fazendeiro Paulo Leite, um dos herdeiros da propriedade de 1.100 hectares, no momento em que os indígenas chegaram apenas um empregado estava no local e foi rendido pelos índios que estavam armados com armas de grosso calibre. “A fazenda tem 1000 cabeças de gado e produzia anualmente cerca 500 arroubas de cacau”, acrescenta o fazendeiro.

Também na manhã desta terça-feira vaqueiros da fazenda Baixa Alegre retiravam o gado da propriedade que desde domingo está sobre o domínio dos pataxós. O proprietário não estava no local, mas os vaqueiros que embarcavam o gado em quatro caminhões, informaram que os animais estavam sendo levados para outra propriedade em Itabuna.

Tensão 
- O clima de tensão já toma conta do centro da cidade de 10.852 habitantes (IBGE 2010). Comerciantes já reclamam do prejuízo e temem o cancelamento da festa da emancipação, prevista para acontecer entre os dias 19 e 22 desse mês. Intitulado de “Pau Brasil Folia”, que este ano tem o tema de “cultura da paz”. “Já mandamos um ofício ao Governo do Estado pedindo o reforço no efetivo policial, embora sabemos que os conflitos acontecem somente na zona rural”, informou José Fernando, chefe de Gabinete da prefeitura de Pau Brasil.

No inicio da tarde policias federais foram novamente a Pau Brasil para visitar os locais das fazendas ocupadas. No centro da cidade homens da Companhia Independente de Policia Especializada na Região Cacaueira (Cipe) fizeram o patrulhamento, mas não houve registro de ocorrências até o final da manhã.

Durante toda a manhã de hoje os produtores reuniram-se para tentar reaver as propriedades de volta. “Essa semana vamos nos reunir novamente e definir uma data limite, até ser julgada a que tramita no Supremo Tribunal Federal. Caso esse prazo seja cumprido, vamos nos armar e retomar nossas terras de voltas”, informou o fazendeiro Marcos Vinicios Gaspar.

Mais cauteloso, o Presidente do Sindicato Rural de Pau Brasil, Miguel Arcanjo pede celeridade no julgamento. “O campo precisa de paz e só vai ter quando acontecer o julgamento”, comenta.
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