23 de dez. de 2011

SEIS VEREADORESDE MUCURI FORAM PRESOS NA MANHÃ DE HOJE

Foto: Reprodução/TV Santa Cruz 
População em frente à casa do presidente
da Câmara
MUCURI - O presidente da Câmara Municipal, outros cinco vereadores e um empresário de Mucuri, cidade do extremo sul da Bahia, tiveram mandados de prisões preventivas cumpridos nesta quinta-feira (22), segundo o balanço da Operação Caribe divulgado pelo promotor de Justiça Pablo Almeida, do Ministério Público da Bahia. A Câmara Municipal da cidade possui apenas nove vereadores.

Os vereadores são suspeitos de receber propina do empresário detido para aprovar um projeto que criaria um loteamento no distrito de Tabatã, pertencente à Mucuri. Cada vereador teria recebido R$ 25 mil ou um lote e R$ 5 mil. "Durante as prisões, a população local se reuniu nas residências e deu início a um princípio de tumulto. Isso mostra a grande repercussão do caso na sociedade", comenta o promotor.

De acordo com o MP-BA, os empresários pagam "vultosas quantias" e doam bens aos vereadores, em troca de aprovação de projetos de leis de interesse do setor urbanístico, sem considerar questões de interesse público.

A investigação foi iniciada na segunda-feira (19), após denúncia realizada pelo vereador Manoel Cruz, que entregou ao Ministério Público a quantia recebida como prova do esquema. Na representação, o vereador protocolou um maço de R$ 5 mil em notas de R$ 100, a prova do recebimento do lote, além de gravações.

Foto: Reprodução/TV Santa Cruz 
Esquema foi desmontado após denúncia do vereador
O promotor de Justiça Pablo Almeida informa que, após a denúncia, o vereador divulgou o ato na Câmara dos Vereadores e começou a ser ameaçado pelos colegas parlamentares.

Até o momento foram apreendidos, através de dez equipes, dinheiro, cheques, movimentação financeira como extratos, atos da Câmara, a exemplo de votações em sessões plenárias, armas e munições. Na casa do presidente da Câmara, a polícia encontrou R$ 20 mil. O próximo passo, segundo o promotor, é analisar os documentos apreendidos e individualizar a participação, até para identificar se existem outras pessoas envolvidas no crime.

A operação foi executada por mais de 50 agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), pela Companhia de Ações Especiais em Mata Atlântica (Caema) e homens da Polícia Civil.
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